Site Oficial do Livro de Marcela Godoy

O livro

"No começo, quando o próprio começo ainda não havia começado, tudo estava contido num denso e inominável relógio que não via a hora de dizer o Tempo.

Foi então que, em certo quando, incontido como estava, vibrou, o relógio, as suas cordas com toda a força possível, querendo gritar o Tempo o mais longe quanto o som pudesse alcançar.

E suas cordas vibraram.

Vibraram...

E vibraram!

Vibraram de tal maneira, que o grito que o relógio cuspiu, cuspiu-o na forma de luz! Uma luz que percorreu tudo num só instante! Um instante tão assustadoramente intenso, que perdura até hoje.

Naquele momento único, e daquele único grito, todas as coisas surgiram. O céu, as estrelas, os planetas! O universo inteiro inflou como um balão soprado pelo inominável relógio, qual houvesse sido criado apenas para que o grito de luz tivesse por onde passar! Contando-se! Anunciando-se! Celebrando o Tempo que ora nascia!

O inominável relógio, contudo, porque não havia antes até que depois houvesse começado, nunca pôde saber em qual agora o Tempo, então concebido, concebera-se. E assim, o começo do começo foi perdido.

Mas o eco daquele grito primordial, o grito de quando tudo veio, ainda hoje se faz ouvir. Um eco que nos chega como um chamado, que nos convida a trilhar o caminho de volta, que busca nos levar de novo em direção ao velho, denso e inominável relógio, para que, enfim, ele possa dizer a hora exata em que o Tempo foi dito pela primeira vez."

Assim começa a aventura contada em "Liah e o Relógio".

Uma estória que aborda questões filosóficas existenciais, constrói-se explorando diferentes concepções de tempo (histórico, cronológico e natural), e, finalmente, lança-se nas abstrações físicas da teoria da relatividade de Einstein, numa lúdica tentativa de levar Liah a libertar-se de sua própria finitude.

Ilustrações



A Autora


Marcela Godoy nasceu em São Paulo no dia 21 de junho de 1973. Filha do pianista e compositor Adylson Godoy e da intérprete Sílvia Maria, Marcela cresceu sob a forte influência da música brasileira presente em sua família, não apenas na figura de seus pais, mas também com seus tios, Hamilton Godoy, do Zimbo Trio; e Amilson Godoy, da Orquestra Arte Viva. No entanto, apesar da educação musical iniciada em sua infância, foi de seu avô materno, poeta amador, que Marcela herdou o gosto pelos livros e descobriu sua grande paixão: escrever. Teve seu primeiro romance, O Primeiro Relato da Queda de um Demônio, publicado em 2004. No mesmo ano, publicou sua primeira HQ independente em parceria com o ilustrador Thiago Cruz, Sete Segundos de Eternidade. Em 2005 e 2006, dedicou-se aos trabalhos de tradução e adaptação para as editoras Devir Livraria e Pixel Media, de alguns importantes títulos e autores das histórias em quadrinhos, como Frank Miller (Sin City: A Cidade do Pecado; A Dama Fatal; A Grande Matança; e O Assassino Amarelo), Steve Niles (Crimes Macabros), Paul Dinni (Jingle Bella), entre outros. Participou como roteirista do álbum Quebra-Queixo Technorama Volume II, escrevendo o roteiro da história Virá que eu Vi, ilustrada por Julia Bax. Em 2006, participou da edição do livro de São Paulo da coleção Cidades Ilustrada, publicada pela editora Casa XXI, do Rio de Janeiro, e ilustrado por David Lloyd. Neste trabalho, Marcela participou da elaboração do roteiro de visitação do autor pela cidade, além de ter realizado a pesquisa fotográfica de base para o livro e ter sido a tradutora dos textos de Lloyd, além de sua cicerone em São Paulo durante os quinze dias de pesquisa do autor na cidade. Em 2007, publicou Schem Ha Mephorash - uma Noite em Staronova, projeto independente ilustrado por Sam Hart. O trabalho recebeu indicação ao Prêmio HQ Mix 2008, na categoria de “Melhor Projeto Independente Especial”. Ainda em 2008, dedicou-se à produção de seu segundo romance Liah e o Relógio, ilustrado por Weberson Santiago, e executado com apoio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Marcela trabalha no momento nos livros Fractal, uma HQ ilustrada por Eduardo Ferigato e O Mensageiro de Ararat, romance ilustrado por Octavio Cariello.

O ilustrador


Weberson Santiago é ilustrador do jornal Folha de São Paulo, ilustra livros para a editora Moderna e é colaborador de diversas revistas como Bravo, Rolling Stones, Menu, Getúlio, Placar, Mundo Estranho, Época Negócios, Você S/A e Galileu, entre outras. Participou de exposições coletivas no MIS e no Museu da Casa Brasileira. Seus desenhos já estiveram na tela do cinema nos curtas-metragens Amsterdam e Ao Vivo. Weberson estudou na Quanta Academia de Artes, no Instituto Tomie Ohtake e é formado em design gráfico pela UMC. É professor da Quanta Academia de Artes e da UMC, Universidade de Mogi das Cruzes.